quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Síndrome de Alienação Parental


Síndrome de Alienação Parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner em 1985 para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.

Os casos mais freqüentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.

O Genitor Alienante:

Exclui o outro genitor da vida dos filhos:
o Não comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos (escola, médico, comemorações, etc.).
o Toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha ou mudança de escola, de pediatra, etc.).
o Transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento externada pela criança em estar com o outro genitor.

Interfere nas visitas:
o Controla excessivamente os horários de visita.
o Organiza diversas atividades para o dia de visitas, de modo a torná-las desinteressantes ou mesmo inibí-la.
o Não permite que a criança esteja com o genitor alienado em ocasiões outras que não aquelas prévia e expressamente estipuladas.

Ataca a relação entre filho e o outro genitor:
o Recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos ocorridos que levem ao estranhamento com o outro genitor.
o Obriga a criança a optar entre a mãe ou o pai, fazendo-a tomar partido no conflito.
o Transforma a criança em espiã da vida do ex-cônjuge.
o Quebra, esconde ou cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao filho.
o Sugere à criança que o outro genitor é pessoa perigosa.

Denigre a imagem do outro genitor:
o Faz comentários desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho.
o Critica a competência profissional e a situação financeira do ex-cônjuge.
o Emite falsas acusações de abuso sexual, uso de drogas e álcool.

A Criança Alienada:

• Apresenta um sentimento constante de raiva e ódio contra o genitor alienado e sua família.
• Se recusa a dar atenção, visitar, ou se comunicar com o outro genitor.
• Guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor, que são inconsequentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade.

Crianças Vítimas de SAP são mais propensas a:
• Apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico.
• Utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação.
• Cometer suicídio.
• Apresentar baixa auto-estima.
• Não conseguir uma relação estável, quando adultas.
• Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado.

Como parar a Alienação Parental?
A síndrome da alienação parental é um tema bastante discutido internacionalmente e, atualmente, no Brasil também é possível encontrar vários sites sobre o assunto, bem como livros e textos.

Tenha Atitude Como pai/mãe:
• Busque compreender seu filho e proteja-o de discussões ou situações tensas com o outro genitor.
• Busque auxílio psicológico e jurídico para tratar o problema. Não espere que uma situação de SAP desapareça sozinha.

Lembre-se:
A informação sobre a SAP é muito importante para garantir às crianças e adolescentes o direito ao desenvolvimento saudável, ao convívio familiar e a participação de ambos os genitores em sua vida.
A Alienação Parental não é um problema somente dos genitores separados. É um problema social, que, silenciosamente, traz conseqüências nefastas para as gerações futuras.

Estatísticas sobre a Síndrome da Alienação Parental:
• 80% dos filhos de pais divorciados já sofreram algum tipo de alienação parental.
• Estima-se que mais de 20 milhões de crianças sofram este tipo de violência.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O que é Terapia de vidas passadas ?


À medida que adentramos para um novo milênio, para uma nova Era, imensas mudanças estão ocorrendo no nosso planeta. E uma delas, diz respeito a essa grande oportunidade que estamos tendo de nos libertarmos de nossas limitações.

Limitações, que se iniciaram, muitas vezes, em vidas passadas e que se perpetuam e vem prejudicando à sua vida atual. Hoje, várias pessoas falam em mudança.

Mudar, significa transformar. E transformar, significa largar, soltar o velho e estar aberto, receptivo a novas experiências que a vida nos traz. Porém, quando ficamos presos a certos valores, crenças e experiências negativas do passado, a vida não flui, empaca, fica emperrada, porque tudo na natureza funciona de forma dinâmica. Problemas mal resolvidos de outras vidas, podem estar influenciando negativamente a sua vida atual.

Conhecendo suas vidas passadas, você pode liberar potenciais até então bloqueados.
Neste sentido, a Terapia Regressiva a Vivências Passadas ou Terapia de Vidas Passadas (T.V.P) é uma técnica psicoterápica que utiliza como recurso terapêutico a regressão de memória. E a regressão de memória tem por objetivo buscar a causa verdadeira do seu problema que lhe deixou marcar profundas e traumáticas. A causa do problema pode estar nesta vida, isto é, na infância, no momento do nascimento, no útero materno ou muito mais atrás, em vidas passadas.

O objetivo, portanto, da T.V.P, é fazer a pessoa se conhecer melhor, para se libertar e se desapegar do passado. Desapegar-se, significa se libertar dos pensamentos e sentimentos negativos que a pessoa experimentou no passado.

Esclarece-se aqui, que a T.V.P não é aplicada para satisfazer curiosidades pessoais ou desejos caprichosos de descobrir o que foi de importante em outras vidas.

Na revista Veja, existe uma entrevista do Ator Americano Robin Willians, que participou do filme ”Amor Além da Vida,” que sugere a possibilidade de reencarnação. O repórter lhe perguntou se ele acreditava na T.V.P? Então, ele respondeu que o que o irritava nessa terapia é que quase todas as pessoas que passaram pela regressão de vidas passadas, falaram que foram alguém especial em outra vida, tipo Cleópatra e outras figuras histórias e nunca foram pessoas comuns. E isso o levava a não acreditar muito nessa regressão. Através de várias pesquisas pude perceber que, nunca ninguém regrediu e disse que fora um Imperador, Rei, Rainha ou alguém famoso. Pelo contrário, foram pessoas comuns.

Ademais, a sua aplicação é unicamente para fins terapêuticos, isto é, para ajudar as pessoas a se libertarem de seus bloqueios. Por isso, ela é aplicada à nível de consultório, obedecendo a todos as normas do respeito, da ética e do sigilo profissional. Não cabe aqui neste método terapêutico, portanto, satisfazer curiosidades fúteis. Na verdade, a Regressão de Memória é um instrumento, um recurso terapêutico a mais que o profissional da área de saúde (Psicólogo ou Médico) dispõe para auxiliar as pessoas.

Neste sentido, quero salientar, que a T.V.P vem somar-se às outras abordagens terapêuticas existentes, ampliando assim, o campo de trabalho do profissional para ajudar as pessoas a integrarem aspectos desarmônicos de suas personalidades, melhorando assim, a qualidade de suas vidas.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SEM MEDO DE SER GAY......

A regra geral é se esconder e reforçar o preconceito. Mas a jornalista Milly Lacombe, 33 anos, decidiu abrir o jogo e contar sua história

...Tudo o que sabia é que era diferente. Diferente porque não gostava de brincar de boneca como minhas irmãs, porque não gostava de usar saias como as outras meninas da classe, porque o ponto alto do dia era o futebol com os meninos no recreio. A mensagem de que eu estava me comportando da maneira errada chegou em alto e bom tom no pré-primário, quando uma nem tão delicada professora veio me tirar do futebol para dizer muito sisudamente que fora decidido (e eu na época imaginei o Concílio de Trento: centenas de professores reunidos com meus pais ao redor de uma mesa gigantesca decidindo o futuro de meus recreios e, pensavam, de minha sexualidade) que a partir daquele dia eu deveria brincar de boneca com as meninas e não mais jogar futebol como um moleque.

E dessa forma fui apresentada a uma sala escura onde garotinhas eufóricas celebravam o aniversário de uma boneca inexpressivamente pálida sobre bolos de isopor e copos vazios. Aquele era sem dúvida o ponto alto do dia delas, mas também foi o mais baixo e humilhante de minha curta existência. Sentada em um canto da sala, inanimada como uma boneca para a qual ninguém olhava, senti, pela primeira vez na vida, a dor que só os discriminados conhecem. E assim, em uma quarta feira qualquer de 1973, eu aprendi que era errado ser diferente.

Porque os sinais estavam por todos os lados, minha mãe foi rápida e aos dez anos eu frequentava o consultório de uma psicóloga, onde passava manhãs a fio montando quebra-cabeças, quando, hoje percebo, a cabeça que precisava de colagem era a dos adultos que confabularam para me levar àquele consultório.

Tentei dar a eles problemas palpáveis e todos os dias saía de lá com alguma coisa que não me pertencia: uma caneta, um quebra-cabeça, um boneco. Mas meu induzido instinto cleptomaníaco ficou à sombra de minha iminente homossexualidade. E alguns prefeririam que esse meu lado tivesse sido desenvolvido, e não o outro.

Como fazem tantos adolescentes homossexuais, tentei ignorar meus anseios achando que se fingisse não escutar as vozes que teimavam em falar comigo à noite eles iriam embora. Mas aos 16 anos encontrei um outro extra-terrestre em minha própria escola, vindo do mesmo planeta, com os mesmos anseios, as mesma dúvidas, os mesmos medos. E depois eu iria saber que havia outros, muitos outros, escondidos por aí. Resolvi que era hora de ceder ao meu instinto mais natural. E foi assim que, aos 16 anos, conheci o amor, aprendi que não era doente, que o mundo era colorido, que tudo valia a pena.

Foram seis meses de pura euforia e, se não vivêssemos em um planeta moralmente regido por regras impostas pelos serventes de Deus, porque ele mesmo não faria do amor algo intolerável - minha adolescência teria sido um conto de fadas e não o Inferno de Dante.

Não demorou muito para que minha mãe, que poderia ter sido investigadora do FBI se quisesse, perceber o que estava acontecendo e, mais uma vez, fui tratada como doente e rapidamente isolada em quarentena. Devidamente exorcisada, comecei a viver um relacionamento heterossexual,... curada... aos olhos de minha mãe, que era só o que me importava, porque além de agente do FBI ela poderia ter sido integrante da Gestapo.

Foram seis anos ao lado de um homem que rapidamente se tornou meu melhor amigo e seis anos de negação voluntária. Fazíamos tudo juntos: jogávamos futebol, íamos ao estádio, comíamos fora, íamos ao cinema, fazíamos triatlo. Na cama, as coisas também andavam numa boa, ainda que ele deva ter sido um homem frustrado, quantitativamente falando, embora esse tipo de frustração masculina não seja privilégio exclusivo de um relacionamento hetero/homossexual. E a história de minha vida poderia ter sido essa, casada com um homem que me amava, que eu adorava, com dois ou mais filhos, e em negação até o último dia de minha vida.

Mas aos 27 anos eu, mais uma vez, escutei as vozes, agora mais altas e convincentes. O casamento, que parecia estar logo ali, não aconteceu, para frustração total e absoluta de minha mãe. Todo o meu conflito interno agigantou-se com o aumento das vozes que teimavam em mandar que eu escutasse meu coração. E meu pavor passou a ser saber que eu não seria aceita por aqueles que amo. Que, mais uma vez, seria colocada em uma sala escura onde outras crianças brincariam de me ignorar. Mas o que eu não percebia é que não poderia ser aceita enquanto não me aceitasse - associação que a sábia psicóloga poderia ter feito em 1973, com quebra-cabeças, desenhos ou palavras, como fosse melhor, e me poupado baldes de sofrimento.

Muitos dramas internos e algumas cicatrizes depois, feliz e em um relacionamento que já dura sete anos, aprendi a me aceitar e descobri que quem me ama quer apenas me ver feliz. Aprendi também que intolerância, preconceito e discriminação são efeitos colaterais de parte de uma sociedade que não se atura, de pessoas que temem tudo aquilo que não entendem, que só acreditam no que vêem e que só sabem se relacionar com outros seres humanos exatamente iguais a elas. Pessoas que acham que qualquer diferença, seja na cor da pele, na religião, na sexualidade ou na classe social, deve ser combatida.

Tolos, porque a beleza está na diferença. Tolos, porque quando o amor é classificado como predatório ele pode rapidamente virar revolta. Tolos, porque os verdadeiros problemas do mundo começam com a intolerância e há adolescentes que acham que o sofrimento é tão intenso que não vale continuar a viver. Tolos, porque na maioria das vezes eles não percebem que são apenas excluídos excluindo. Hoje, mesmo exposta ao cruel julgamento do homem que não consegue deixar de achar que o juízo final é aqui e agora, estou livre. Porque as paredes protegem, mas também limitam...

Fonte: Obsidiana - Pesquisa DRa. Elaine Marini